A alopecia da barba é uma condição inflamatória que leva homens a perder pelos em uma área específica da barba e pode afetar negativamente sua autoestima. Saiba as causas, sintomas e tratamentos para esse problema.
Muitos de nós já sabemos, por experiência própria: a barba lenhador não é para todos.
Por diferentes condições, incluindo a genética, há homens que têm pouca disposição para ver nascer aquela barba cheia — e há os que têm barba falhada, e nada parece dar jeito...
No entanto, existe uma condição que pode estar por trás das falhas na barba e que vai além da simples característica pessoal: a alopecia areata, e é importante saber identificar os sintomas e como tratá-la.
O que é alopecia na barba?
Foto: Italo Melo | Pexels
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a alopecia areata é uma doença inflamatória que provoca a queda de cabelo e, no homem, pode afetar também a barba.
Outras regiões do corpo também podem ser atingidas e, em cerca de 5% dos pacientes, todos os pelos do corpo caem.
A alopecia areata se manifesta como uma perda brusca de pelos que leva à formação de ‘placas’ — regiões bem delimitadas na pele e mais frequentemente circulares, nas quais não ficam pelos, como se fossem 'clareiras'.
Ela não é contagiosa, mas costuma ter efeitos bastante drásticos na saúde mental: o homem pode se sentir frustrado, com vergonha e sofrer impacto negativo na autoestima.
O que causa alopecia na barba?
A razão pela qual a alopecia areata na barba — e em outras regiões do corpo — acontece é a atuação do sistema imunológico: os linfócitos T e outras células do sistema imune começam a atacar o folículo piloso, que nada mais é que a estrutura da pele capaz de produzir e sustentar o pelo. Veja abaixo.
Folículo piloso e outras estruturas da pele. Imagem: Posible2006 | Wikimedia Commons, sob licença CC BY-SA 3.0. Adaptado por João Marinho.
Com o ataque, as células imunes lesionam e paralisam a atividade do folículo, mas não o destroem.
Por isso, mesmo nos casos em que, por exemplo, todo o cabelo cai (alopecia areata total, ou alopecia totalis) ou todos os pelos do corpo são perdidos (alopecia universal), o quadro tem chances de ser revertido; às vezes, espontaneamente. Novos surtos, porém, podem ocorrer.
O desafio é que ninguém sabe exatamente por que as células imunes começam a atacar os folículos pilosos. O que se sabe é que há alguns fatores que estão associados e podem desencadear ou piorar a alopecia:
- Genética: de 10 a 42% dos casos, há algum parente próximo com alopecia
- Doenças de natureza imunológica, como tireoidites, lúpus, vitiligo, diabetes tipo 1 e condições alérgicas
- Traumas físicos
- Quadros infecciosos
- Fatores emocionais, como o estresse
- Desequilíbrios hormonais, que podem envolver a testosterona
Quais os sintomas da alopecia na barba?
O principal sintoma, e geralmente único, da alopecia areata é também a maneira como a condição se manifesta: a perda dos pelos em uma ou mais regiões delimitadas, ou então de forma generalizada.
Na alopecia na barba, o mais comum é o aparecimento de uma só região sem pelos, conhecida popularmente como 'pelada', mas podem surgir outras que levam à falsa impressão de que o homem tem, 'naturalmente' a barba falhada — quando, na verdade, precisa checar a condição no dermatologista.
Alopecia areata na barba. Foto: XxRoxetteXx | Wikimedia Commons | Sob licença CC BY-SA 2.5
Outros sintomas que podem ocorrer são coceira na barba, queimação, vermelhidão ou inflamação na área afetada e espessamento ou descamação da pele. Às vezes, também ocorrem alterações nas unhas.
Além disso, é comum que os pelos que ficam em volta da região afetada pela alopecia também sejam removidos com facilidade.
Como acabar com a alopecia na barba?
O primeiro passo é ir a um dermatologista, pois somente o médico poderá diagnosticar se a queda de pelos na sua barba é alopecia areata, ou tem outras razões.
Muitas vezes, o diagnóstico é clínico, mas pode haver a necessidade de retirar alguns pelos da região em volta da placa ou fazer uma biópsia de pele.
Confirmada a alopecia areata na barba, medicamentos tópicos como o minoxidil podem ser aplicados direto na pele, estimulando o crescimento dos pelos e contribuindo para o tratamento de casos leves a moderados.
Antralina, dinitroclorobenzeno (DNCB), éster dibutílico do ácido esquárico (SADBE), difenciprona, metotrexato e corticoides são outras substâncias que podem ser usadas no tratamento, que vai levar em conta a extensão da alopecia e os fatores envolvidos no caso de cada paciente.
Se houver fatores emocionais envolvidos, a depender do caso, também poderão ser tratados, com o uso, por exemplo, de antidepressivos.
Em termos de prevenção, como a alopecia areata não tem o mecanismo completamente esclarecido, nenhuma é 100% eficaz.
No entanto, manter hábitos saudáveis, uma rotina de skincare e cuidados com a barba, que propiciam o crescimento de pelos mais resistentes e uma pele mais protegida, e dar atenção à saúde mental são ações que podem contribuir para evitar o problema.
Foto/Destaque: Giovanni Haddock | Pexels.
